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domingo, 24 de agosto de 2014

Quando chove


Perco-me nesses teus olhos que dizem tanto mesmo quando não querem dizer nada.Seu olhar é de ressaca;dá vontade de  aprender a fazer café, colocar naquelas xícaras bem bonitas e andar em sua direção de maneira cuidadosa, para que não se assuste com a minha maneira de  cuidar.Vejo sua força explicita em cada gesto,mas ao mesmo tempo enxergo uma fragilidade camuflada entre as duras palavras.
Sinto teu apelo por amor entre nossos olhares.Sinto tua repulsa em dias depressivos,quando sua casa está nublada e você só quer deixar chover .Deixa chover,ponha a tempestade para fora e depois venha pra varanda ver
o sol que pintei.Eu fui por aí ver flores no deserto,moinhos,e frutas da estação.Enquanto o seu quarto alagava eu planejava uma nova maneira de dançar na sua sala.Rodopiando lentamente encontrei o caminho de volta pros teus braços;acertamos o passo.Vez ou outra te deixo dançar com a solidão,vez em sempre nos encontramos pra dançar a mesma canção.
É tanto carinho que renasce aos domingos e se prolonga pela semana .Carinho que abre caminhos de volta,joga incertezas fora,e finca o amor mais certo e puro: o amor de nós dois,aquele que não persegue,mas espera pelo momento certo para amadurecer ,crescer,e florescer.

Vai ter inverno nessa história,mas os verão será mantido e aguardado como quem espera pela primeira vez.Com os olhos brilhando,corpo tremendo,e a fé mantida pela inocência de uma criança.Vai chover,vai molhar e até pode inundar,ainda assim,o sol sempre será pintado com aquele giz guardado na primeira gaveta do quarto.

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