Eu achava que o amor por si só sustentava toda uma
relação.Eu sempre acreditei naquela história feliz de que o amor supera e até
cura tudo.Passei quase a vida toda jogando para cima do amor todas as
responsabilidades,como se ele fosse um sentimento de deuses,cheio de poderes
mágicos e imortais.Na real o amor é frágil,pode se quebrar com um simples
esbarrão.Os fortes somos nós, que conseguimos recolher os cacos pelo chão.Conseguimos
seguir em frente,dando sorrisos,com a esperança de que as cicatrizes se
regenerem e desapareçam por completo,de sermos inteiros novamente.Às vezes
partimos sangrando.Ou,escolhemos ficar e deixar que quem nos feriu ajude a limpar os ferimentos.
Seja como for,inteiro ou quebrado,esse sentimento não deixa
de ser o que é.Sua estrutura pode ser alterada,pode ser que ele fique
defasado,rastejante num chão fétido ,mas o amor,apesar de frágil,consegue
manter-se amor até a última gota;essa gota ,fica num canto exclusivo e
esquecido ,de propósito ,em um espaço dentro da gente.O único resquício do que
um dia já foi um oceano inteiro.Mas o tempo,as dores,as palavras não
ditas,cumprem o papel de reduzir a um pingo.
E no fundo esperamos por alguém que não deixe o oceano secar;alguém
que transborde e, junto com a gente cate os pratos quebrados, ao invés de esperar a louça inteira quebrar.
Pelo amor podemos sim virar deuses! Mas o amor..ah,o amor,ele
não tem poderes mágicos,não.Ele tem é muitos pontos fracos,tipo a criptonita para o
Superman,e a nós cabe lutar pelo bem e para o bem do amor.O amor que vale a
vida,o amor que vale o risco.
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